Não é incomum, ao conversar com viticultores, ouvi-los dizer que o vinho melhora com a comida.
Acontece que há vinhos que são totalmente autônomos. Isso quer dizer que, de tão cheios e redondos, geralmente não melhoram com a comida e não fazem o favor de melhorar nenhum prato.
São produzidos no mundo todo e variam no estilo, mas têm alguns elementos em comum.
Geralmente vêm de climas onde o verão é muito quente. Nessas zonas, as uvas amadurecem bem, ficando com muito açúcar e produzindo altas graduações alcoólicas.
As uvas melhor adaptadas a esses climas quentes costumam ter muito tanino.
De certa maneira, os polifenóis, família que inclui o tanino e a matéria colorante do vinho, protegem a uva dos efeitos do sol.
Vinhos alcoólicos -tintos e brancos- costumam ter menos acidez. E, aqui, a coisa fica difícil, pois vinhos alcoólicos e sem acidez, por mais deliciosos que sejam, são "briguentos".
O que acontece é que o álcool tira muito do sabor da comida. Tira, na verdade, mais do que o sabor: o excesso de álcool elimina a suculência dos pratos.
Isso porque o álcool resseca tudo um pouco: tanto a gordura gostosa da comida como as proteínas de nossa mucosa. E, por esse motivo, acabamos não sentindo bem o sabor.
Esses vinhos, tanto os brancos como os tintos, preenchem todo nosso palato com seu sabor voluptuoso e frutosidade e são excelentes opções para finais de noite, quando já comemos e precisamos harmonizar só com um bom papo.
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